O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (27) que pretende concluir até depois do carnaval a reforma ministerial e disse que seu governo precisa de “mais agressividade” na política, além de mais “rapidez” e “agilidade”.
Em entrevista ao programa “Balanço Geral”, da TV Record, o presidente disse que seu governo é “muito amplo” e contempla quase todos os partidos, com exceção do PL, mas afirmou que precisa mexer na composição dos ministérios.
Ao falar sobre a demissão de Nísia Trindade do Ministério da Saúde, Lula afirmou que a ex-ministra era “uma companheira da mais alta qualidade, minha amiga pessoal”. “Mas eu estou precisando de um pouco mais de agressividade na política que o governo tem que aplicar, mais agilidade, mais rapidez. Por isso estou fazendo algumas trocas”, disse. “Espero depois do carnaval que eu conclua o que quero mudar, porque não é só escolher quem você tira, é escolher quem vai entrar. Se é para colocar um jogador que joga menos do que o que saiu, você errou.”
Lula desconversou ao ser questionado sobre quem colocará na Secretaria de Relações Institucionais, que era comandada por Alexandre Padilha até o ministro deixar a pasta para substituir Nísia. “Já tenho a pessoa escolhida para a Secretaria de Relações Institucionais, mas não posso avisar porque eu não conversei ainda com a pessoa. Quero que [a pessoa] saiba pela minha boca”, disse.
Lula desconversou também ao ser questionado sobre quantos ministros pretende mudar nessa reforma. O presidente disse que “ainda não” sabe. “Tem que ver que não está fazendo aquilo que estava previsto fazer”, afirmou.
Na entrevista, o presidente reforçou que “não há governo mais amplo” do que o dele.” É por isso que conseguimos aprovar tudo o que a gente queria no Congresso Nacional, inclusive uma reforma tributária que há 40 anos não se conseguia fazer. Sou muito agradecido à Câmara e ao Senado por ter aprovado tudo o que mandamos”, afirmou. O presidente fez ainda gestos aos novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e afirmou que pretende negociar com eles antes de enviar propostas de interesse do governo ao Congresso.
Questionado sobre a forte queda de popularidade do governo, registrada em pesquisas recentes, Lula indicou que a economia crescerá, mas não detalhou as medidas que pretende tomar.
“O povo tem direito de cobrar do presidente como a torcida cobra do jogador”, disse. “O povo brasileiro não me compara com Bolsonaro porque ele foi muito ruim. O povo me compara comigo mesmo, com o Lula de 2010. Quando deixei o governo, a economia estava crescendo 7,5%”, afirmou.
Lula disse que vai cuidar do preço dos alimentos, da valorização do salário mínimo e dos investimentos em educação. “Eu sei o que fazer, já plantei o que precisava e vamos colher em 2025, e colher mais em 2026.”
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/8/F/VrRdnsSaAbUrRuOTeY8w/0d9a1263.jpg)
Fonte: Valor