Paloma Bernardi celebra volta à Globo, estreia peça e avalia chegada dos 40 anos: "Experiência libertadora"


Em bate-papo com a Glamour, atriz também relembrou os 30 anos de carreira e refletiu sobre a instabilidade da profissão: “Resiliência e a criatividade são fundamentais para se reinventar” O ano de 2025 marca um novo capítulo na vida de Paloma Bernardi. Além de estrear a peça “O Cravo e a Rosa”, ao lado de Marcelo Farias, a atriz está de volta à Globo depois de 13 anos (sua última trama na emissora foi “Salve Jorge”) na quarta temporada de “Arcanjo Renegado”, no Globoplay. “Fazer parte desse projeto me trouxe um sentimento de reencontro, além da chance de me reinventar artisticamente em um papel totalmente novo na casa”, celebra.
Paloma ainda não pode revelar muitos detalhes sobre a personagem, mas a preparação e a transformação já começou. A artista ficou super loira para a série. “Ela foi escrita pensada em mim pelo showrunner José Júnior, o que torna essa experiência ainda mais especial. Posso garantir que a quarta temporada trará grandes surpresas”, diz.
Enquanto “Arcanjo Renegado” não sai do forno, Paloma pode ser vista como a emblemática Catarina na adaptação da novela “O Cravo e a Rosa” para o teatro. Em 2001, o papel foi interpretado por Adriana Esteves. “Meu objetivo com Catarina não foi reproduzir o que já havia sido feito, mas me encaixar de forma autêntica e respeitosa no que já estava construído. Obviamente Adriana é uma grande referência para mim em todos os sentidos, mas segui a orientação da direção e não reassisti à novela”, explica.

E como se não bastasse, Paloma ainda tem outro grande motivo para comemorar: no dia 21 de abril, ela celebra seus 40 anos — e já avisou que a ideia é soprar as velas nada menos que 40 vezes! “A maturidade me ensinou a me priorizar, a estabelecer limites e a não ter medo de ser quem sou. A insegurança de agradar os outros foi dando lugar a uma segurança interna. Hoje, sei o que quero, o que gosto e, principalmente, o que não aceito mais”, avalia.
Você assumiu recentemente o papel de Catarina em O Cravo e a Rosa. Como foi esse processo de entrar em uma peça que antes estava em cartaz com outro elenco?
Foram apenas 15 dias de ensaio para entrar em um espetáculo que já estava vivo no palco, com uma família artística formada e uma troca consolidada entre os atores. O grande desafio foi, nesse curto período, absorver essa essência, entender essas relações e fazer com que tudo fluísse de maneira tão grandiosa e envolvente quanto já vinha acontecendo.
Trazer Catarina à vida nesse tempo reduzido foi uma responsabilidade imensa, mas tive a sorte de contar com parceiros de cena generosos e um diretor, Pedro Vasconcelos, incrível. Juntos, nos apoiamos e construímos esse processo de forma coletiva, porque esse desafio não era algo que eu poderia ou queria enfrentar sozinha! Está sendo uma honra voltar aos palcos com essa história tão icônica.
Paloma Bernardi
Marcos Duarte
Catarina é uma personagem forte, carismática e emblemática. Trouxe algo de novo para ela?
Levo um pouco de mim para Catarina, trazendo minha bagagem pessoal, com forças e vulnerabilidades. Sem contar que é uma mulher à frente do seu tempo lutando já por direitos que lutamos hoje, como a liberdade de escolhas. Acompanhei O Cravo e a Rosa e considero uma das novelas mais queridas pelo público brasileiro. Como telespectadora, me divertia muito, como atriz, sonhava em contar histórias assim na telinha. Hoje, o destino me permitiu viver essa experiência no teatro.
A trama já foi estrelada por Adriana Esteves e no ano passado, por Isabella Santoni. Você sentiu algum tipo de pressão ao assumir um personagem já interpretado por outras artistas?
Meu objetivo com Catarina não foi reproduzir o que já havia sido feito, mas me encaixar de forma autêntica e respeitosa no que já estava construído. Obviamente Adriana Esteves é uma grande referência para mim em todos os sentidos, mas segui a orientação da direção e não reassisti à novela, buscando uma interpretação genuína. Meu processo de laboratório se baseou no texto, na troca com o elenco e no equilíbrio entre a comédia e a intensidade da história. Nos ensaios, mergulhei no universo da personagem para imprimir minha própria identidade. Minha própria fera!
Paloma Bernardi
Marcos Duarte
Você está prestes a completar 40 anos e já soma 30 anos de carreira. Como avalia essa trajetória até aqui?
Olhar para essa trajetória de 30 anos me enche de gratidão. Nossa, agora parei pra pensar…com nó na garganta: ‘aquela menininha do comercial já deu muitos passos até aqui!!’ 🙂 Foram décadas de muito trabalho, desafios e crescimento, tanto pessoal quanto profissional. Tive a oportunidade de viver personagens marcantes, experimentar diferentes linguagens e aprender com grandes artistas. Me sinto realizada, mas também motivada a continuar evoluindo, buscando novos desafios e contando histórias que toquem o público. Cada fase da minha carreira foi essencial para me tornar a artista que sou hoje.
A carreira na arte é muito instável… Já passou por momentos delicados?
A carreira artística é de fato instável e exige batalhar por oportunidades, fazer testes e enfrentar incertezas. Isso tudo faz parte do nosso ofício. Nessas fases, a resiliência e a criatividade são fundamentais para se reinventar. Em um meio tão concorrido, acredito que é preciso correr atrás dos nossos desejos, sim, plantar sementes para colher bons frutos artísticos e investir em constante aprendizado. O mercado exige mais do que talento, demanda persistência e evolução. Cada desafio me trouxe lições valiosas que me fortaleceram ainda mais. O essencial é nunca perder a paixão, seguir com determinação, estar sempre pronto e saber que aquilo que é nosso está guardado…
Paloma Bernardi
Marcos Duarte
Existe algum papel ou projeto que você ainda sonha em realizar?
Como atriz, me atraem personagens intensos que me desafiem, me tirem da zona de conforto e permitam explorar novas camadas de atuação. Quero fazer mais cinema, séries e teatro, viver histórias marcantes e, quem sabe, interpretar personagens reais com trajetórias inspiradoras. Tenho o desejo de trabalhar com diretores como Sérgio Machado, René Sampaio, Walter Salles. E nesse momento, um encontro artístico que pulsa no meu coração é com a própria Adriana Esteves, que também viveu O Cravo e a Rosa. Além disso, referências como Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, recém premiada no nosso Globo de Ouro, estão vibrando fortemente em mim. Também adoraria dividir cena com talentos como Wagner Moura e Selton Mello.
Outro grande objetivo é expandir minha carreira para o mercado internacional, especialmente o espanhol. Trabalhar com Pedro Almodóvar seria um sonho realizado, assim como contracenar com Penélope Cruz, Javier Bardem e Ricardo Darín.
Além do teatro, você também está em “Arcanjo Renegado”, do Globoplay. Como foi voltar a atuar em uma produção da Globo?
Minha última novela na Globo foi Salve Jorge (2012), e retornar com Arcanjo Renegado tem sido uma experiência incrível. A série, com sua linguagem intensa e dinâmica, é uma grande conquista e satisfação. Fazer parte desse projeto tão bem construído e com um elenco talentoso me trouxe um sentimento de reencontro, além da chance de me reinventar artisticamente em um papel totalmente novo na casa (Globoplay).
Paloma Bernardi
Marcos Duarte
O que pode adiantar sobre a personagem?
Ainda não posso revelar detalhes sobre minha personagem, mas posso dizer que ela foi escrita pensada em mim pelo showrunner José Júnior, o que torna essa experiência ainda mais especial. Me sinto honrada em fazer parte de Arcanjo Renegado, uma série de ação intensa, que retrata a realidade do Rio de Janeiro de forma crua e envolvente. O que posso garantir é que a quarta temporada trará grandes surpresas. E, sim, fiquei loira para o papel! Fiquem no aguardo, porque vem muita coisa boa por aí!
Você está prestes a completar 40 anos. Como se sente chegando a essa fase da vida?
A proximidade dos 40 anos me faz refletir sobre como essa fase da vida é um momento especial, um auge em que a maturidade se encontra com o frescor da juventude. Sinto que tenho mais clareza sobre quem sou, o que quero e sigo com energia e disposição para realizar meus sonhos. Hoje, me sinto mais consciente do que realmente importa: ser fiel a mim mesma.
Muitas mulheres relatam que os 40 são um período de autoconfiança e maturidade. Você também tem essa impressão?
Sim, sem dúvida. Sinto que os 40 chegam como um divisor de águas, trazendo uma confiança que vem do autoconhecimento. A maturidade me ensinou a me priorizar, a estabelecer limites e a não ter medo de ser quem sou. A insegurança de agradar os outros foi dando lugar a uma segurança interna. Hoje, sei o que quero, o que gosto e, principalmente, o que não aceito mais. Isso se reflete em todas as áreas da minha vida—nos relacionamentos, no trabalho, nas escolhas diárias. Chegar aos 40 tem sido uma experiência libertadora, porque me imponho mais e me sinto mais dona de mim do que nunca.
Paloma Bernardi
Marcos Duarte
E sobre o corpo, sua relação com ele mudou ao longo dos anos? O que faz você se sentir bem hoje?
Aprendi a cuidar de mim não só fisicamente, mas também emocionalmente. Minha paz e meu bem-estar se tornaram prioridades. Para me sentir bem, busco equilíbrio e rotina. Amo comer, celebrar a vida com um bom vinho, rs…e para manter esse prazer em harmonia, sigo uma alimentação balanceada no dia a dia e me mantenho ativa. Faço academia de três a quatro vezes por semana e sempre busco atividades extras que me dão prazer. A dança, por exemplo, está sempre presente—este ano, volto para a dança de salão, mas já fiz pole dance no passado. Essas práticas não são só exercícios, são formas de conectar corpo, mente e alma. Mantendo meu corpo ativo, me sinto mais viva para desfrutar os prazeres da vida.
Você já mencionou o desejo de ser mãe e inclusive realizou o congelamento de óvulos. Você toparia ter um filho sozinha?
Eu sempre tive o desejo de ser mãe, mas entendo que esse momento precisa ser algo consciente e alinhado com a minha vida. O congelamento de óvulos foi uma decisão que me trouxe mais liberdade para escolher o momento certo, sem tanta pressa. Sobre ter um filho, a princípio minha preferência sempre foi construir uma família com um parceiro ao meu lado.
Sente alguma pressão, seja da família, de si mesma ou da sociedade, para ser mãe?
Eu acho que ela existe em diferentes níveis em relação a mulher. A sociedade ainda impõe muitas expectativas sobre a maternidade, a família também, mas no fim, a maior pressão às vezes vem de mim mesma e é esse ponto que preciso dar atenção com carinho e acolhimento, sabendo que tudo acontecer quando tiver que acontecer…
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Fonte: Glamour

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