O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a tecer críticas de forma indireta ao governo federal, durante participação de evento na ArcelorMittal. O governador criticou a política econômica do governo Lula, mas sem citar o presidente, nem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Nas últimas décadas, surgiram mágicos da economia falando que é possível fazer uma economia avançar consumindo mais. É como uma pessoa que tem um tumor e vai precisar de radioterapia, mas alguém se aproveita disso e acaba dizendo que o consumo tem que ser aplicado sempre, como se a radioterapia provocasse saúde. O Brasil tem enfrentado esse tipo de problema, pessoas que se consideram acima dos economistas, dos Prêmios Nobel, da história de outros países que se desenvolveram. Então, é muito preocupante quando se acha que o consumo é o que resolve”, afirmou Zema em discurso.
Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em evento que o consumo é um impulsionador da economia.
“Quando você tem consumo em excesso e não tem uma produção suficiente, acho que qualquer um aqui entende o que vai acontecer. Se todo mundo quiser comprar arroz e não tivermos arroz em quantidade suficiente, tem inflação. Esse tem sido um problema crônico no Brasil. É como brigar contra a gravidade. No Brasil, infelizmente, brigamos contra as leis naturais da economia, que não podem ser revogadas”, acrescentou Zema.
O governador também criticou a política de comércio exterior em relação ao aço. “Todos os países, tributam o aço subsidiado que vem da Ásia em 25%. Aqui no Brasil, chega uma boa parte do aço praticamente pagando uma tributação muito menor, um imposto de importação muito menor do que esses 25%. Nós queremos que o Brasil simplesmente siga aquilo que outros países fazem. Parece que aqui nós estamos querendo reinventar a roda”, disse.
A jornalistas, Zema disse que a proposta de adesão ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), deve ser avaliada pela Assembleia Legislativa e que esta será uma solução definitiva para o problema da dívida do Estado com a União, estimada em R$165 bilhões.
“Vinha-se tentando reduzir o pagamento com o regime de recuperação fiscal, mas agora, com o Propag, teremos uma solução definitiva”, afirmou Zema.
Ele observou que o Propag prevê um abatimento no serviço da dívida, caso o governo quite uma parte dos débitos, o que pode ser feito com a transferênciade ativos. Se a dívida tiver uma quitação de 20%, disse Zema, a taxa de juros anual vai cair de IPCA mais 4% ao ano para IPCA mais 1%.
“E ainda, algumas mudanças que nós temos de fazer na Secretaria de Educação com relação ao ensino médio, mais investimentos em segurança pública para poder atingir essas metas e termos essa redução. Não é nada tão complexo”, afirmou o governador.
Zema disse que o governo do Estado está fazendo um levantamento de ativos que possam ser usados para pagar parte da dívida.
Zema elogiou ainda o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que trabalharam na elaboração do Propag.
“Vale lembrar aqui que é mérito do nosso presidente Tadeu, que participou ativamente com o nosso senador Rodrigo Pacheco. Esse desenho foi feito em conjunto. Nós, finalmente, vamos falar: Minas tem uma dívida, mas agora é uma dívida que cabe no orçamento do Estado. Acho que vai ser, presidente Tadeu, um legado que vamos deixar para nossos sucessores. Uma solução”, concluiu.
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Fonte: Valor