Trump pede cancelamento do Chips Act de Biden, de US$ 52 bilhões | Mundo

O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu o cancelamento do Chips Act, de US$ 52 bilhões, uma das principais políticas tecnológicas de seu antecessor, Joe Biden. O anúncio foi feito em seu primeiro discurso ao Congresso em seu segundo mandato, na noite desta terça-feira.

Trump citou exemplos recentes de empresas multinacionais de tecnologia, como a japonesa SoftBank e a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), que anunciaram novos investimentos nos EUA. Segundo ele, as empresas já estão vindo para o país sem a necessidade de incentivos bilionários.

“Seu Chips Act é uma coisa horrível, horrível”, disse ele ao Congresso. “Damos centenas de bilhões de dólares e isso não significa nada… Não precisamos dar dinheiro a eles.”

Voltando-se para o presidente da Câmara, Mike Johnson, Trump afirmou: “Você deveria acabar com o Chips Act e, seja lá o que sobrar, Sr. Presidente, use para reduzir a dívida ou para qualquer outra coisa que quiser”.

O discurso de Trump ocorreu um dia após o anúncio de um investimento adicional de US$ 100 bilhões da TSMC para construir mais cinco fábricas de chips nos EUA. Em uma entrevista coletiva à imprensa na Casa Branca na segunda-feira, Trump afirmou que a empresa taiwanesa enfrentaria tarifas de “25%, 30%, 50% ou qualquer número que possa ser um dia”, caso não produzisse nos EUA, e que essas tarifas só aumentariam com o tempo.

As gigantes asiáticas de semicondutores TSMC e Samsung estão entre as maiores beneficiárias do Chips Act, com US$ 6,6 bilhões e US$ 4,75 bilhões em financiamento direto do governo, respectivamente. Já a americana Intel recebeu US$ 7,86 bilhões.

Os principais termos dos subsídios do Chips Act foram finalizados nos últimos meses do governo Biden, mas a maior parte dos fundos só será distribuída quando os fabricantes de chips atingirem marcos específicos em suas fábricas nos EUA.

Trump também prometeu criar um novo Gabinete de Construção Naval na Casa Branca para fortalecer a base industrial de defesa dos EUA. Segundo ele, sua administração reativará a indústria naval americana, incluindo a construção de embarcações comerciais e militares.

Os estaleiros receberão incentivos fiscais especiais “para trazer essa indústria de volta para os Estados Unidos, onde ela pertence”, afirmou Trump.

Além disso, o presidente declarou que seu governo “irá recuperar o Canal do Panamá”. Ele afirmou que o processo já começou, citando o acordo da gigante de Hong Kong CK Hutchison para vender ativos portuários em ambos os lados do canal a um consórcio liderado pela empresa americana de investimentos BlackRock.

“O Canal do Panamá foi construído por americanos para americanos, não para outros. Mas outros podem usá-lo”, disse ele.

Sobre a guerra na Ucrânia, Trump afirmou ter recebido uma carta do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, na qual ele e sua equipe se dizem prontos para trabalhar com o governo dos EUA. Isso ocorre após um embate público no Salão Oval entre os dois líderes e a subsequente decisão de Trump de suspender a ajuda militar americana à Ucrânia.

Fonte: Valor

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